domingo, 4 de novembro de 2007

Gorgoroth: Infernus - "prometo por Satã que voltarei"




Infernus, guitarrista do GORGOROTH, que se envolveu em uma disputa legal com seus ex-companheiros de banda pelos direitos legais ao nome do grupo, enviou a seguinte declaração para o BLABBERMOUTH.NET:

“Apresento a vocês esta declaração que deverá ser, espero, a última de uma série de cartas abertas à imprensa por meio das quais informei aos fãs, amigos e colegas de trabalho a respeito dessa situação um pouco estranha que surgiu há cerca de uma semana e meia atrás e de seu desenrolar até o presente momento.

Primeiramente, farei um pequeno resumo da situação para informar aqueles que não estão por dentro do desenrolar dos acontecimentos desde o início.

Na noite de sexta-feira, 19 de outubro, tomei conhecimento de que meus antigos colegas de banda decidiram que deveríamos separar a banda e de que era sua intenção continuar – sem mim – utilizando o nome e o logo do GORGOROTH.

De que as pessoas se cansam das outras ou têm razões para não se entenderem mais depois de uma parceria longa e por vezes muito próxima, acho completamente natural e compreensível. Sem contar o fato de que, com a convivência, você toma conhecimento tanto do lado positivo quanto do lado negativo das pessoas. Eu não vou, contudo, entrar numa discussão sobre a natureza ou personalidade de nenhum dos envolvidos; isso estaria bem abaixo da minha dignidade. Tampouco irei dizer qualquer coisa para me defender das acusações que as pessoas possam fazer contra mim numa situação como essa, sejam elas quais forem.

Acredito firmemente que as pessoas são capazes de fazer seus próprios julgamentos, com base na cronologia dos acontecimentos e nas ações tomadas.

Quando fui avisado da separação, imediatamente propus que fizéssemos a turnê européia de acordo com o planejado, e então deixaríamos os advogados cuidarem das discussões legais para nós, acertando a questão da posse do nome e do logo da banda.

Como membro fundador, tendo forjado a marca registrada da banda nos anos de sua formação,e possuindo a clara intenção de manter o pacto com o Diabo feito em Sunnfjord, 1992, eu obviamente não concordaria em ceder o nome que legalmente me pertence ao terceiro vocalista e sexto ou sétimo (!) baixista da banda, seja quais forem as suas motivações.

O vocalista [Gaahl] já havia considerado deixar a banda diversas vezes. O outro [King, o baixista] deixou a banda de fato no ano passado, em função de dificuldades para combinar sua carreira em uma banda de metal abertamente satânica como o GORGOROTH e seu emprego de tempo integral como professor de escola primária.

Era minha intenção terminar a turnê para então chegarmos aos termos com os problemas legais da forma mais tranqüila e profissional possível.

Eu sinto muito pelo público europeu que no momento tem que testemunhar o circo embaraçoso que a situação se tornou, e sinto muito pelos russos e ucranianos, para quem nós faríamos uma mini-turnê entre os dias 23 e 28 de janeiro.

Na noite de domingo, 21 de outubro, recebi uma mensagem do vocalista na qual declarava que a turnê de novembro continuaria sem mim, que eles haviam se informado legalmente a respeito da questão e que no dia seguinte divulgariam uma declaração à imprensa sobre o caso.

Para não me estender demais, manterei o foco nas questões legais.

Levou dez minutos para que eu confirmasse que o que fizeram era de caráter altamente ilícito. Está na lei norueguesa de 3 de março de 1961, número 4, § 2 e 7. É difícil para mim entender como eles puderam pensar que seria possível conseguir o que queriam fazendo o que fizeram.

Na manhã seguinte, contatei o procurador Egil Horstad, da Vogt & Wiig. Na carta ao representante legal deles, Egil apresentou o caso e partes do parágrafo, que se encontram traduzidos para o inglês e disponíveis para quem quer que esteja interessado. Trata-se de um dos piores casos de traição e ganância na história do metal até hoje.

Na mesma segunda-feira, tive a confirmação de que o baixista, já antes de termos saído para a turnê pela América do Sul em setembro, havia solicitado para si os direitos sobre o nome e logo da banda – isso sem que eu tivesse sido informado a respeito. Parece que ele realmente pensou que seria assim fácil transferir para si mesmo os direitos sobre o nome e o logo, tornando-os pertences pessoais seus ad infinitum! O documento está disponível para o leitor neste link.

A respeito da próxima turnê européia, que ao que parece eles pretendem fazer em nome do GORGOROTH: Tenho estado pessoalmente em contato com Henk, da Vain Productions, oferecendo a ele um bom acordo para que adie as datas da turnê até que eu tenha uma nova formação pronta. Meu advogado explicou a ele as possíveis conseqüências legais no caso dele fazer a escolha errada nessa situação. Estou convencido de que eles [Gaahl e King] podem começar uma nova banda muito boa, e ele [o promotor] deveria então fazer uma turnê separada para essa banda, seja como for que escolham chamá-la.

Agora, meus planos para o futuro: Irei me dedicar 99% à situação presente e à bagunça ocorrida para ter clareza e levar adiante quaisquer ações legais neessárias contra qualquer um que tente explorar o nome e reputação da banda. Isso inclui certo “terceiro partido” (além dos dois principais), já que parece haver algumas maçãs podres entre eles. È o que se faz necessário no momento, para que eu esteja certo de que as pessoas ao meu redor são confiáveis quando eu começar a reestruturar [a banda] e planejar meu retorno. Temo que isso tomará o tempo que for necessário.

Prometo por Satã que voltarei. Já estou em um estágio inicial da busca por novos parceiros, incluindo uma nova formação para estúdio e shows. Até o momento tanto ex-membros quanto outros músicos extremos da Noruega e redondezas têm demonstrado interesse. Escolher os parceiros certos será difícil, já que sou muito exigente. Informarei ao mundo sobre essas questões quando for a hora certa.

As primeiras coisas primeiro. Quando as questões legais estiverem resolvidas de forma apropriada, irei me conter por um tempo, deixando a mídia ser arena para outros. Durante a reestruturação terminarei de escrever o novo material para o próximo álbum de estúdio – 'Quantos Possund Ad Satanitatem Trahunt' – que deverá ser lançado pela Regain Records. Cerca de 50 ou 70% da música já foi escrita (parte disso até mesmo pré-gravada), assim como duas ou três letras já foram escritas.

Para o renascimento como uma banda ao vivo é necessário ter isso resolvido primeiro, já que pretendo apagar tanto quanto for possível os traços da produção da banda no período dos últimos anos. Os shows da nova banda serão focados no material mais antigo e no material que será produzido a partir daqui, e, por Satã, o GORGOROTH resistirá por mais 15 anos, de uma forma ou de outra!

É o que tenho a dizer no momento. Aceitarei fazer apenas algumas poucas entrevistas que deverão ser solicitadas via Joerg Brauns da Regain Records.

Aproveito a oportunidade para agradecer não apenas aos fiéis e dedicados fãs ao redor do mundo pelo infinito apoio que tenho recebido desde a semana passada, como também declarar minha gratidão a Joe Hollow, Satannichen, Frank Watkins e aos caras do OBITUARY, por me deixarem fazer uso de suas redes e meios de contato nesse momento em que não tenho acesso ao meu próprio website e nem mesmo ao MySpace da banda.

Mil vezes obrigado a vocês todos e glorificado seja Satã!”

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