domingo, 3 de fevereiro de 2008

Max e Igor Cavalera falam sobre Cavalera Conspiracy



"O CAVALERA CONSPIRACY está a um passo de ser solto", diz o vocalista/guitarrista Max Cavalera (SOUFLY, ex-SEPULTURA). "Você prende um monstro por dez anos e depois o solta. É explosivo, e nós esperamos um longo tempo para que esse monstro fosse solto".

É verdade. A espera acabou. E a hora é agora. Muitos disseram que nunca aconteceria, que Max e Igor Cavalera, os irmãos brasileiros e visionários que formaram a banda Metal revelação SEPULTURA em 1983, não se reuniriam para fazer música eletrizante juntos novamente. Apesar de terem passado 12 anos separados, o fato inevitável permanece: Max e Igor compartilham sangue e são almas gêmeas musicais. O tempo separados alimentou o crescimento musical, levando à mágica metálica inspirada no novo. Logo, o CAVALERA CONSPIRACY nasceu. Enquanto o CAVALERA CONSPIRACY e seu debut pela Roadrunner Records, "Inflikted", pode parecer o mais próximo que chegaremos de uma reunião do SEPULTURA, não se engane. O CAVALERA CONSPIRACY é um monstro maníaco e indomável por si só, com suas próprias regras.

Igor resume a conexão musical deles simplesmente dizendo, "Não precisamos falar. Nos olhamos e sabemos. Com um olhar sabemos se estamos indo na direção certa". Essa é a clareza do entendimento deles.

Max continua: "Foram mais de dez anos não se vendo ou falando um com o outro de forma alguma, o que é um tempo longo demais. Isso foi o que tornou a coisa mais especial quando finalmente aconteceu. Enquanto estávamos trabalhando juntos eu ficava pensando sobre a última vez que o vi, eu estava em um ônibus, depois do meu último show com o SEPULTURA na Brixton Academy. E agora eu o pego no aeroporto em Phoenix. Foi pesado e emotivo". Obviamente todos aqueles sentimentos, junto com anos de história musical, vieram à tona e uma vez que a relação pessoal foi restabelecida, a musical começou a tomar forma.

As primeiras sementes da reunião Max/Igor foram plantadas quando o duo tocou junto no show D-Low Memorial, um evento beneficente anual para o enteado assassinado de Max. "Eu estava tocando com Igor em um show que tem muito significado," Max admite. "Nós tocamos 'Roots' e 'Attitude', que é uma música que escrevi com Dana. Daquele ponto em diante não consegui me segurar. Eu sabia que queria gravar com ele de novo. Eu não tive um projeto desde NAILBOMB, o que faz muito tempo. Igor amou a idéia. Sem um nome, eu apenas escrevia músicas o dia todo. Nós tínhamos de encontrar músicos e nos preparar para que pudéssemos compor um disco foda". Igor possui memórias agradáveis semelhantes daquele show e sentimento: "Uma vez que tocamos a primeira nota, era como se uma bomba tivesse caído no palco. Daquele momento em diante eu sabia que precisávamos fazer algo musical juntos".

Igor continua, "Nos reunimos como uma família primeiro. Naturalmente a música veio em seguida. No início não tínhamos idéia de que faríamos música de novo. Eu tenho meu próprio projeto novo e isso toma muito do meu tempo. Eu não tinha planos de voltar a fazer um projeto de Metal. Mas ao mesmo tempo foi natural tocar novamente com Max". Max, por sua vez, compara a situação ao "Poderoso Chefão III", dizendo, "Assim que Al Pacino pensou que estava fora, sua família o trouxe de volta à parada! Foi isso que eu fiz: eu o trouxe de volta".

Os irmãos recrutaram o guitarrista Joe Duplantier, do GOJIRA, para tocar baixo. O guitarrista Marc Rizzo, que toca guitarra na banda principal de Max, SOULFLY, foi convocado para tocar guitarra. A dupla propositalmente escolheu músicos emergentes porque eles não queriam se desviar da música. "Não queríamos grandes nomes," diz Max. "É sobre eu e Igor nos encontrarmos. É sobre a música. Nós encontramos bons músicos sem pretensão que queriam entrar no estúdio e apenas detonar."

Uma vez que a gravação se iniciou, Max trouxe um punhado de músicas que ele escreveu. A de abertura, "Inflikted", é um hino premente e Thrash feito para os moshpits mais violentos, enquanto "Sanctuary" tem um toque clássico da era "Beneath the Remains" do SEPULTURA. Max diz, "Eu trouxe as faixas para os estúdio sem a fúria. Igor colocou sua 'batera de trovão' em cima e elas viraram algo diferente!" Apesar de Igor ter saído do SEPULTURA e estar trabalhando em seu projeto de música eletrônica, aquele sentimento familiar correu em suas veias quando ele sentou para gravar a bateria. "Não tínhamos pressão sobre nós. A coisa mais importante é que estávamos felizes no estúdio; nós trabalhamos bastante e foi muito divertido. Isso se traduz em música," diz Igor.

Quando o disco estava terminado, Max sabia que eles haviam recapturado a mágica. "Meu irmão faz a bateria soar como trovão como ninguém. Não são muitos músicos que pegam as baquetas e mudam o som e personalidade da bateria, mas ele consegue. É de amedrontar." Enquanto as comparações com SOULFLY e SEPULTURA irão indubitavelmente surgir, ambos os irmãos afirmam que o CAVALERA CONSPIRACY é diferente porque seus gostos e influências cresceram ao longo dos anos. Há menos nuances world em "Inflikted", mas ele é tão perigoso quanto os outros, graças à atitude "foda-se tudo". "Por que eu tenho ânsia de vômito quando escuto isto? Eu não quero saber", diz Max.

De acordo com Igor, o equilíbrio entre velho e novo em "Inflikted" é o que ele adora, e ele acha que os metaleiros ao redor do mundo terão a mesma visão. "Quando eu escuto o disco, ele soa old-school, mas novo de uma maneira própria," diz ele. "É uma mistura de ambos os mundos. Nós escutamos muita coisa diferentes durante o tempo separados. Aqui, cada um de nós teve sua contribuição, então ele saiu diferente do que fazíamos antes."

Resumindo a química pessoal, que é palpável na explosiva "Ultra-Violent", "Bloodbrawl", e no ataque über-thrash "Terrorize" (antiga "Holy Poison"), Max diz, "Eu sou louco. Eu costumava beber. Eu falo. Ele é quieto. Ele nunca bebeu antes. É essa combinação estranha que se torna letal junta. Ou você ama ou odeia, mas não pode ignorar. Somos como uma bomba".

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